Runt | Crítica

Dirigido por William Coakley, o filme Runt - também conhecido como o último filme do ator Cameron Boyce que faleceu em 2019 - é uma obra sobre violência, bullying e vingança. É meio óbvio dizer que o longa tem cenas pesadas e uma história que caminha em uma linha tênue entre o silêncio e calma do protagonista, Cal, e o visível acumulo de rancor e ódio pelo mesmo, tendo uma interpretação fantástica por Boyce, onde é possível ver suas facetas diferentes em suas emoções, feições e expressão corporal também.

Runt é uma história obscura sobre um garoto do ensino médio sendo corrompido pelas magoas e tentando se regular entre faculdade e amores. O roteiro é vivido, e eu como telespectadora, consegui captar as diversas emoções que vi diante da tela, e acredito que não fui a única a mergulhar na intensidade da história.

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Se você é sensível a gatilhos, não recomendo que veja esse filme. Existem vários níveis de violência, xingamentos e uso de drogas. Mas se você quiser assistir a um retrato cruel do bullying e de como ele afeta os jovens e consequentemente os leva a prática atitudes estupidas e radicais, você precisa assistir Runt.

A história não chega a ser previsível mas pode ser deduzida com o final da segunda parte do filme, sendo uma avalanche de eventos que se resumem na frase: ''Violência só gera mais violência''.

Não seria justo dizer que o filme é bom do começo ao fim, pois ele acaba se perdendo um pouco no seu final e romantiza situações impossíveis.

A romantização do final passa uma sensação de heroísmo para Cal, o que passa longe de ser a mensagem do filme, mesmo que se subentenda que ele vai ser responsabilizado pelas suas atitudes.

Em resumo, ao assistir eu tive um mix de emoções distintas pelo protagonista, o que é o intuito do diretor ao mesclar tão bem as cenas e o seu desenvolvimento.

Seria prático dizer que o filme caminha como se estivéssemos vendo a história do nascimento de um vilão dos quadrinhos, pois a técnica de gerar empatia desde o começo do filme, com o sentimento misto de raiva e descrença do que vemos no final do mesmo, funciona muito bem aqui.